abril 27, 2012

II Epitáfio: “Não aprenderam a aprender com a Natureza”

A Natureza é perfeita. Não sei se me estou a fazer entender: a Natureza é… perfeita! “Topam”? Onde é que se pode estudar como fonte segura de conhecimento? Na Natureza. Claro! Não existe mais nenhuma “fonte segura de conhecimento”. Quais são as únicas leis em que se pode confiar cegamente? As da Natureza, como é evidente! Tudo o mais é de desconfiar…

Sejam quais forem as perguntas, as respostas estão todas na Natureza! A Natureza nunca falha. Nunca erra. Nunca! A Natureza tem sempre razão. Sempre! A Natureza é perfeita! Absolutamente perfeita!

Não se percebe como é que a malta não aprende mais com a Natureza… A Natureza está farta de nos ensinar, por exemplo, que: “tudo aquilo que não funciona deve ser excluído”. Outra coisa que a Natureza nos ensina é que tudo o que funciona é estético e harmonioso (todas as coisas têm que ter o seu lugar perfeitamente certo). E mesmo que a gente não tenha cabeça ou conhecimento para perceber porque é que é assim, como “a Natureza é perfeita”, parte-se logo do princípio de que: a estética e a harmonia são fundamentais (ponto), (não pode ser tudo de qualquer maneira, a ordem e a ligação entre as partes é fundamental). Alguma vez a Natureza se enganou? Alguns dirão que sim… que aconteceu connosco… que somos aquele caso bizarro da criatura que destrói o Criador… mas não! Nós só ainda não fomos excluídos. Ainda!! Mas também ainda passou muito pouco tempo. Isto do Homo sapiens sapiens, em número que se veja, só tem uns milénios… e ainda só estamos a passar completamente das marcas há umas décadas… O Ginkgo biloba é uma espécie que se estima ter duzentos milhões de anos! Conviveu com os dinossauros e convive agora connosco. Depois desta Natureza da qual fazemos parte e que estamos a destruir avidamente, outra virá, corrigida deste “erro” desta espécie que não funcionava por ser demasiado imperfeita e com isso causar um tremendo desequilíbrio ao sistema. A Natureza não tolera a imperfeição. Quanto mais o erro grosseiro!! (É outra coisa que ainda não aprendemos…)

Porque é que acham que nós temos os governantes que temos e etc.? Porque não aprendemos a aprender com a Natureza. Porque é que acham que os nossos modelos sociais, políticos e económicos não funcionam? Porque não aprendemos a aprender com a Natureza. Porque é que tudo leva a crer que o futuro da nossa espécie esteja irremediavelmente comprometido? Porque não aprendemos a aprender com a Natureza. E etc.. A resposta é sempre a mesma. A nossa inteligência nunca foi suficiente (ou a nossa vaidade sempre foi excessiva) para aprendermos a ler e a copiar o único modelo perfeito que existe (ao nosso alcance), e por azar foi a bastante para fazermos uma data de “brinquedos” perigosos que nos convencem a todos de que somos “os maiores”. Porque é que haveria de ser? Porque os políticos são “maus” como lobos vestidos em peles de cordeiro? E os banqueiros também… e a malta do petróleo e do rating e tal… e à noite transformam-se em vampiros e em lobisomens e vêm comer as criancinhas?

34 comentários:

  1. E são tão maus que nos obrigam a fazer de lobisomens e a comer as nossas criancinhas.....
    A Ana Teresa tem uma sabedoria muito pró Funda..

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  2. A Ana Teresa é "supra-sapiens-sapiens"... ;)

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    1. Custa-me tanto ver morrer uma árvore...

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    2. A mim também... a bem dizer... nem sei se custa mais ver morrer a espécie humana ou uma árvore... tenho dúvidas... E a Ana Teresa, tadinha, toda a gente diz que gosta muito dela... mas na hora do "vamos ver"... tá quieto. Mesmo porque muita gente confunde a Ana Teresa com a Teresa Ana. E não é a mesma coisa. De todo.

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    3. ... e olha que isto não é um "delírio ambientalista"... eu sou doida, mas para já ainda sei o que digo... :O)

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    4. Claro que não é. Eu também fico com um nó na garganta quando vejo uma árvore morrer... e mais ainda se é morta.
      Sou como o Ideiafix, cão do Obelix, que uiva quando cortam uma árvore.

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    5. Ui! Se soubesses como eu uivo... e por dentro, então... deve-se ouvir na lua... Mas a estupidez também me faz uivar... e não se deve só ouvir na lua... cá para mim chega a outra galáxia...

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    6. ... e o mal disto é sempre o mesmo... É como a água... escorre toda para o mesmo lugar: a vaidade. O centro desta desgraça toda que para aí vai... é a nossa infinita vaidade. A cegueira que nos causa o nosso complexo de superioridade. Com humildade talvez conseguíssemos fazer alguma coisa... não sei... as forças contrárias são muito fortes... mas talvez... Dava um jeitaço que fossemos capazes de "acordar"! "Homo sapiens sapiens"... Francamente!!! Que mau gosto!!!

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    7. Tu vê lá que agarramos nos genes da bicharada e das plantas, guardamos aquilo num frasco, e dormimos descansados... como se fossemos capazes de daquilo fazer um "rinoceronte"... ou sequer uma formiga!! Que ignorância!! Que presunção!!! Talvez daqui a muitos milhares de anos... quem sabe? Mas estamos a essa distância...

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  3. eu gosto imenso de tudo quanto é natural. sou até montes de naturista. mas se fosse atrás de tudo o que a Ana Teresa desperta em mim isso poderia ser considerado contra-natura pelas pessoas, pelo que até entendo alguns desvios da espécie relativamente aos seus ensinamentos.
    se a malta reprime uns impulsos só porque tem que ser, acaba por abolir alguns apelos no processo...

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    1. Justamente nos "desvios" (ou ausência deles) é que bate o ponto... O Homo sapiens sapiens (como o nome indica) é de tal forma egocêntrico, vaidoso e presunçoso relativamente à sua maravilhosa "inteligência" que nem se apercebe que é ainda a Natureza que o comanda... Com a inteligência, o conhecimento, etc., dominamos alguns do nossos "impulsos" e das nossas tendências naturais, sobretudo individualmente, mas o comportamento enquanto espécie é completamente irracional... e muito, ao contrário do que o Homo sapiens sapiens "pensa", "natural"... A ideia (ideias) onde quero chegar, e demonstrar por meio de argumentos de lógica binária, não vai de uma penada, e por isso para a semana a "saga" continua...

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    2. ... e essa coisa de que falas, de agir por puro instinto, é exactamente o que sucede com a nossa espécie, e algo que deveríamos aprender a controlar urgentemente, ou a orientar num sentido positivo, sob pena de, por este caminho, o nosso futuro não ser nada auspicioso...

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    3. A Natureza é perfeita. "Topas"? Nós também somos Natureza. A nossa inteligência não chega para tanto... para nos sobrepormos à Natureza. O Homem não é um "animal racional". O Homem é apenas um "animal" a quem a Natureza resolveu dar uma "inteligência", embora tivesse sido muito melhor para todos que lhe tivesse dado antes umas barbatanas... ou assim... É um erro muito grande pensarmos que somos os "senhores do planeta" e que tudo existe para nos servir. Não somos nada disso. Nós somos apenas uma pequeníssima parte deste "equilíbrio"... e no dia que, por hipótese, formos só nós, mais as tralhinhas (as plantinhas, os bichinhos, os carrinhos...) que nos são úteis, "adeus Guiné"...

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    4. ("orgulhosamente sós" sete palmos abaixo da terra... enquanto aqueles que seguram as pás, não forem também...)

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  4. A Natureza não é só a "verdura", nem o rinoceronte, nem aquelas paisagens de beleza até às lágrimas... A Natureza também é isto, mas antes de tudo é uma "força" que orienta para um equilíbrio dinâmico um conjunto inumerável de "peças" (entre as quais nós humanos), entre as quais o ciclo da água, a regeneração do solo, a manutenção da temperatura ambiente... etc... coisas de que dependemos em absoluto, tanto nós, como os nossos alimentos... Tudo está ligado e só funciona como um conjunto. Foi um "equilíbrio" que demorou muitos milhões de anos a acontecer. E antes deste, já houve outros que falharam por via de uma anomalia qualquer... que é exactamente o que vai acontecer connosco e, a esta velocidade vertiginosa, nem vai demorar assim muito... E a mesma razão que nos leva à incapacidade de ver isto, é também aquela que nos leva a não perceber o que falha nos nossos modelos civilizacionais... Mas pode resumir-se a uma palavra: vaidade.

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  5. Eu somava-lhe a palavra estupidez, mas a tua é menos hostil...

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    1. Olha que eu não sou muito de poupar cartuchos... :O)

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    2. Acertei-te querida?? Só pode ter sido "de sem querer"... :O)

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    3. ... isso foi só um bocadinho... que agora já estás com umas cores... fantásticas!!

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    4. Não é preciso jurar, querida. Sabes que qualquer das minhas palavras vale tanto como um juramento... :O)

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    5. Ena! Juraste 16 vezes numa frase (e sem contar com o smile!)

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    6. A isto chama-se "eficiência"... :O)

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    7. E eu conseguir isso chama-se... "eficácia"?

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    8. Claro. Quod erat demonstrandum... :O)

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  6. Os cartuchos devem ser guardados para quem faz de nós a contradição de sermos contra-natura. Mais uma vez, a limitação de inteligência a que se chama de estupidez. A limitação de inteligência pode aparecer como uma doença repentina, mesmo entre aqueles que praticam e transmitem sabedoria e modos de vida naturais, por vezes há milénios.
    São por demais conhecidos os episódios do indígena que cresceu a respeitar os espíritos das árvores e que para fazer uma piroga antecedia o abate da árvore com preces e invocações aos deuses da Natura. Pedia desculpa e clemência e após vários rituais procedia finalmente ao derrube daquela sua irmã, suporte da sua própria existência, a qual se devia à existência dos seus antepassados. O respeito pelo fluir contínuo
    de vida que é uma floresta e da qual o homem é apenas um elemento, que interage com ela e que a ela presta tributo. Não com impostos, mas com o respeito que a inteligência lhe deve.
    Pois bem, basta o deslumbramento de uma moto-serra e umas garrafas de plástico com beberragens mais ou menos alcoolicas para este equilbrio, rico e complexo mas frágil desaparecer.
    Vemos vezes de mais para o nosso conforto do "deixa-andar-que-não-quero-saber-que-isso-magoa", mas vezes de menos para o despertar do sinal global de alarme, vastas regiões que dantes eram florestas, santuários de vida, transformadas em desgraças onde numas barracas vivem os que a troco de merda, deram cabo do seu maior património. De chinelas de plástico no pé os que resistem definham na tristeza e na miséria. Depois de desflorestadas, os criminosos das madeiras vão-se embora. A floresta morreu, e morreu o povo que alimentando-se dela, a alimentava. Morreram os Deuses, morreu o Homem, e nós Homens não vemos a nossa morte anunciada, pois ao nosso redor, os madeireiros deste mundo, que com madeira fazem o papel, rodeam o nosso olhar de tábuas forradas a dinheiro.
    E sentimo-nos bem por ter dois papéis e umas tábuas à volta, e assim no nosso estúpido conforto, vamos já rodeados em vida do caixão que há-de devolver o corpo à terra de onde tudo se tirou e nada se deu em troca, a não ser a miséria dos nossos nadas...

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    1. É isso, Charlie. É só a coisa de que ninguém faz de nós "contra-natura". Isso é impossível. Não há nenhuma contradição. Fazer com que uma espécie inteira aja "contra-natura" é muito complicado...

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    2. No entanto.... é o que está a acontecer. Estamos a devorar o nosso suporte, a essência da vida no planeta, como se nós não fizessemos parte do complexo de interacções que é este poema a que se chama viver. Como se o homem, em estado de loucura, quisesse por um ponto final neste texto a que se chamou de Criação. Os que despertaram do estado de embriaguez, são chamados de tontos pelos tontos que nao vêem o precipício à sua frente...

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