outubro 18, 2012

Coro dos Antigos Orfeonistas Machos da Universidade de Coimbra

O Orfeon Académico de Coimbra existe desde 1880, sendo o mais antigo coro português e um dos mais antigos da Europa.
Durante muitos anos, o Orfeon Académico de Coimbra foi composto só por homens, dado que as mulheres não acederam, durante muitíssimos anos, ao ensino universitário. Mas, como eles próprios explicam no seu breve historial, "as características de uma população universitária em constante mutação reflectiram-se no organismo, após o 25 de Abril de 1974, com modificações internas, incluindo a admissão de elementos femininos".
Em 1980 foi criado o Coro dos Antigos Orfeonistas da Universidade de Coimbra. Como eles próprios explicam: "Constituído por antigos estudantes da Universidade de Coimbra, apresentou-se pela primeira vez em Dezembro de 1980, por ocasião das comemorações do centenário do Orfeon Académico de Coimbra, onde o Coro foi buscar as suas raízes institucionais".

Dito isto, deixo-vos um diálogo por e-mail entre mim e o Coro dos Antigos Orfeonistas:

"Para
Coro dos Antigos Orfeonistas da Universidade de Coimbra

Boa noite,
Parabéns e bem hajam pela maravilhosa noite de ontem no TAGV.
A minha esposa fez parte, enquanto estudou na Universidade de Coimbra (entre 1980 e 1984), do Orfeon Académico.
Podem explicar-me por que motivo(s), se o(s) há, só os homens podem fazer parte do Coro dos Antigos Orfeonistas?
Cumprimentos,
Paulo Moura"
(2012-09-30)

"Exmo. Paulo Moura

Pedindo desde já desculpas pelo atraso na resposta ao seu email, cumpre-nos agradecer-lhe a amabilidade das suas palavras relativamente ao concerto do Festival José Afonso.
Relativamente à questão que nos coloca: o Coro dos Antigos Orfeonistas da Universidade de Coimbra, que nasceu em 1980, é um coro exclusivamente masculino desde a sua criação. Um dos principais pressupostos – estatutários – aquando da fundação era (é) a manutenção de um agrupamento coral masculino constituído preferencialmente por antigos orfeonistas do Orfeon Académico de Coimbra, por forma a vivificar as tradições que sempre foram apanágio desse Coro.
Com os melhores cumprimentos,
O Presidente da Direcção
Luiz Miguel Santiago"
(2012-10-09)

"Boa noite, Luiz Miguel Santiago

Agradeço-lhe o esclarecimento. É curioso… se o Coro dos Antigos Orfeonistas nasceu em 1980, por essa altura foi precisamente quando a minha esposa fez parte do Orfeon Académico (o maestro Virgílio Caseiro dizia na altura que ela era “a voz mais segura do Orfeon”). Ou seja, nessa altura o Orfeon já era misto.
Não consigo entender que ela não possa integrar o Coro dos Antigos Orfeonistas por “restrições estatutárias”. Um dos vossos solistas no Festival José Afonso foi contemporâneo dela no Orfeon. E ela não pode por… ser mulher?! Consegue-me explicar este critério? Ou melhor, consegue explicar isto a todas as mulheres que já passaram pelo Orfeon Académico?
Em minha opinião, é um critério desfasado do próprio Orfeon Académico, o qual já foi só de homens mas há muitos anos passou a incorporar mulheres no seu seio.
Não acha que deveriam rever esses estatutos? Ou então (perdoe a brincadeira, mas não resisto) mudem o nome para Coro dos Antiquíssimos Orfeonistas… ou Coro dos Antigos Orfeonistas Machos.

Cumprimentos,
Paulo Moura"
(2012-10-09)

Se entretanto receber resposta, digo-vos.

24 comentários:

  1. Boa! Arreia-lhes, que merecem!

    M. Augusta

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    1. Oh! Só me fica doer a mão...

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    2. Antesamãocagargantacoagargantenãosócantaseencantasmasgritas!!!

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    3. Canta e encanta?! ahahahahahahahahah

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    4. Sim tu... que da Caria, altar mágico ancestral, te foste situar na capital dos Cónios (Tártésios) ao qual eles deram o nome da sua cultura, - mui apropriadamente chamada de Cónia,- a cidade fortificada situada na desaparecida enseada interior do Mondego que espraiava até os portos de Montemor o Velho.
      Coniipo foi o nome que eles lhes puseram e aos quais os celtas denominaram Conibriga.
      Não poderia ter sido melhor o sítio escolhido para que tu, sacerdotisa das Terrae Ophiussa, exprimisses em voz laudatória, em cantes encantatórios, o teu culto à Cónia que te está nas origens...
      Sim, tu, cantas e encantas, ISis....Amon-Rá esteja contigo-
      O meu Djeb é-te dedicado...

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    5. Eu sabia que haveria uma razão para ter vindo para Coimbra!

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  2. Acho isso absolutamente estranho!.. De machos devem ter pouco! Machos que se presem não se ficam todos juntinhos a cantarolar...

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  3. O que eu gosto do pseudo-argumento do é-assim-porque-sempre-foi-assim não tem medida.

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    1. E ainda gosto mais porque esse é-assim-porque-sempre-foi-assim foi decidido em 1980, 6 anos depois do grupo que lhes deu origem ter passado a misto. E era-assim-porque-sempre-foi-assim desde 1880!

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  4. Desta, digo eu, que a coisa não lembra ao careca, parafraseando o grande comentador Marcelo!

    Atão os moçoilos não ficariam muito melhor aconchegados com moçoilas a entroncar-lhes as vozes? Que coisa... Só gajos?! Isso não é um coro, é uma seita.

    Agora, também acho que a opinião do é-assim-porque-assim-foi-decidido é um postura estranha, nos dias que vão correndo, século XXI afora.

    Dir-se-ia, nos tempos heróicos, que em confronto com ums cultura popular poderemos ter uma postura copular.... só com homens. Que coisa...!

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  5. Chorrilho de inutilidades que denota o total desconhecimento das diferentes características musicais e tónicas de um coro masculino v. coro misto v. coro feminino.

    Nao tem de se ser macho, faz-se pela música, que tal?

    Têm inveja? (é o que parece), façam um coro misto.

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    1. Comentários anónimos são normalmente apagados.
      Pode-se identificar?

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    2. Em primeiro lugar "Pode indentificar-se?"!

      Quanto ao resto, não vejo necessidade porque não pretendo continuar qualquer tipo de conversa ou discussão. Como se diz do outro lado do Atlântico: I've added my two cents. Façam com a minha opinião o que bem entenderem.

      Tenho melhor uso para ao meu tempo do que entrar em debate com pessoas que, pela qualidade e abordagens dos dicursos nos comentários a este tópico, são muito menos pluralistas, honestos, sérios, racionais (ou até artistas, no sentido de criadores ou amantes da arte) do que pensam ou afirmam ser.

      Boa tarde.

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    3. "Indentificar" é a negação de identificar?! Bate certo.
      Quanto ao resto, é de macho! Como nos tempos da escola primária, no jogo do «Toca e Foge»: "digo-vos que estais a dizer um chorrilho de inutilidades e vou-me embora que a minha vida não é esta".
      Quanto a argumentação, estamos conversados: "coro masculino v. coro misto v. coro feminino" (deveria querer escrever "coro masculino vs. coro misto vs. coro feminino" ou "coro masculino versus coro misto versus coro feminino")... pois é, só que o Orfeon Académico, até 1974, também era só de homens e deixou de ser. Na própria página do Coro o dizem: "as características de uma população universitária em constante mutação reflectiram-se no organismo, após o 25 de Abril de 1974, com modificações internas, incluindo a admissão de elementos femininos".
      Pois, chama-se a isso evolução. E não discriminação de género. E, pior que tudo, deixao o Coro dos Antigos Orfeonistas completamente desfasado do grupo de que são originários. Pode ser que na reforma desta "leva" alguém abra os olhos... ou talvez não, porque Coimbra é sempre Coimbra, para o bem (qual?) e para o mal.

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    4. Contra a gralha, pouco posso; e sim, fico-me pela não identificação.

      Quanto ao resto, para bom entendedor meia palavra basta...neste caso, meia abreviatura, note-se!

      Ora é exactamente pela argumentação de alguns comentários que pego, que mais de adolescente do que de adulto tem. Provavelmente os mesmos adolescentes que, em 1974, levados pela bebedeira revolucionária (alguns chamam-lhe cegueira) se dedicaram a destruir, mais do que a construir (que era daquilo de que o país tão necessitava). Pelos vistos ainda lhes restou veneno.

      Longe de mim criticar a revolução! Mas como em todas as revoluções, há excessos! E parece que alguns ainda vivem nesse ambiente de excesso...

      O argumento da discriminação de género adequava-se à época - e bem que era necessário e ainda bem que pegou - mas no século XXI e no caso em apreço está a esticar um bocadinho a corda, não acha?

      Se me vier falar em oportunidades de emprego, igualdades de acesso ao que quer que seja, liberdade de voto, emancipação, protecção contra violência, etc... (aquilo que interessa), estou consigo; neste caso, e da maneira como o apresenta, são palavras ocas. Algumas caras amigas minhas teriam todo o gosto em pô-lo no seu lugar - já são crescidinhas o suficiente para se defenderem e talvez não gostassem de ver um termo que lhes é tão caro na sua luta ser "esbardalhado" por um yuppie cinquentão que o usa como se de trocos se tratasse.

      Onde está o sentido de pluralidade? Onde está o respeito pelas vontades dos outros? Onde está a liberdade?

      Repito: quem, alguma vez proibiu, quem quer que fosse de fazer um coro misto de antig@s orfeonistas?

      Neste mundo há lugar para todos e todas, com as suas vontades e idiossincrasias. Se uns existem (porque se organizaram), por que razão outros e outras não se organizam? Nada impede! (a não ser talvez o gosto pela polémica e o mal dizer...).

      Evolução? É não ficar parado no tempo à espera que as coisas aconteçam, levantando a voz aqui e ali. Evolução? É aceitar e seguir em frente, dando tudo por tudo para ficar melhor.

      Pelo que vejo, aqui, muito se fala (mal, de preferência, como bons Coimbrinhas) e pouco se faz: muita persuasão, pouca acção!

      Eu continuo na minha: ainda bem que os Antigos existem, ao menos Coimbra tem um coro masculino. Em termos musicais só traz riqueza - foi isso de que a malta de '74 se esqueceu! Outros tempos, outras vontades...a política é tramada...

      Ass: alguém de olhos realmente abertos e não preso na teia argumentativa de tempos idos.

      PS: Ò Sr. Paulo Moura: a sua mulher não se sabe defender ou tratar dos seus assuntos? Teve de ir o marido falar por ela aos Antigos? Cuidado com a discriminação.... essas atitudes eram do tempo da outra (velha) senhora! (Cá para mim está farto dela!)

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    5. E pronto, agora podem apagar!

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    6. Apagar?! Porquê?! Fora os comentários de carácter pessoal, a que nem ligo, manifestou o seu ponto de vista. E isso, só agradeço.

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  6. A amiga(?o?) com a mão na verga viperina é que disse que iria ser apagado.

    Façam como entenderem.

    Boa noite e obrigado!

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    1. Eu não faço mal a ninguém. As cobras cuspideiras é que podem fazer...

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