Tenho sempre uma imensa piedade de quem vive para agradar os outros, seja na
pessoa do chefe (não se vá ser despedido), dos amigos (que nunca chegam a
saber de quem é suposto gostarem) ou da cara-metade (porque estar sozinho é que
nem pensar): na ânsia de não serem gostados pelos outros, chegam a detestar-se,
pela esquizofrenia em que vivem, quando estão sozinhos.
Mal sabem os pobres
que é connosco mesmos que estamos a maior parte do tempo e que, mais tarde ou
mais cedo, serão abandonados, em maior ou menor grau, também pelos outros,
porque ninguém (os que valem a pena, ao menos) aguenta quem não sabe ser quem
é.
Entretanto, vão sabujando, desfazendo-se em salamaleques, rindo
sem saber o que é rir com verdade e apostando numa vida que não é a sua, mas
aquela que a personagem que inventaram para determinada situação está a
viver.
E nunca conhecerão o prazer de gostar de si mesmos como de
alguns outros. Ou mais do que de muitos, que diabo, é consigo que terão de
estar, para onde quer que vão.
Creio que a maior conquista de quem é
livre é a ausência de medo: do julgamento alheio, da vida, do futuro.
O resto
é conversa.
É por isso que a maior parte das pessoas precisa muito mais do que um espelho para descobrirem quanto gostam delas mesmas...
ResponderEliminarOs espelhos são tão aldrabões...
EliminarUm texto para meditar. Nestes últimos tempos tem trazido aqui temas que não podem ser esquecidos.
ResponderEliminarGostar de nós não é olhar o espelho. Gostar é ter a capacidade de ser quem é e lutar por ser ainda melhor levando-nos a subir no conceito que os outros poderão fazer de nós.
Penso que devemos trabalhar de dentro para fora e não de fora para dentro.
Muitos aparentam um exterior bonito mas um interior vazio, oco...
Justamente... Ou, por vezes, não é oco, mas mais valia que fosse. :)
EliminarA oportunidade de ser oco... é isso a ocasião?
EliminarNão, São Rosas: Isso é OCOSIÃO
EliminarPois cloro!
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