O sociólogo Boaventura Sousa Santos defendeu, terça-feira, que os portugueses deviam recusar-se a pagar a dívida do Estado, evocando o exemplo da Islândia (...)
"Nós não sabemos como chegámos a esta dívida porque ela foi feita nas nossas costas", argumentou o professor da Universidade de Coimbra (...)
Na sua intervenção, Boaventura Sousa Santos defendeu "uma democracia mais participativa" em que os cidadãos possam ter "mais poder de decisão", sobretudo no que diz respeito à aplicação de verbas por parte do Governo.
"O cidadão pode e deve ter uma palavra para decidir onde é que o seu dinheiro é aplicado. Se isso acontecesse não tínhamos comprado submarinos, por exemplo", sustentou.
Pois... mas o que acontece é precisamente o oposto: as medidas a tomar estão a ser discutidas «por debaixo dos panos». E vão-nos ser apresentadas como factos consumados. Aliás, Ana Gomes, que eu muito admiro, desiludiu-me quando a ouvi defender, há dias, que estes assuntos não devem ser tratados na praça pública. Deveriam ser! Com total transparência! Fartos de «iluminados» em torres de marfim estamos nós!
O que a gente faz
É por debaixo dos pano
P'ra ninguém saber
Se eu ganho mais
Ou se vou perder
(...)
É debaixo dos pano
Que a gente não tem medo
Pode guardar segredo
De tudo que se vê
(...)
É debaixo dos pano
Que a gente esconde tudo
E não se fica mudo
E tudo quer fazer
É debaixo dos pano
Que a gente comete um engano
Sem ninguém saber...
É debaixo dos pano
Que a gente
Entra pelo cano
Sem ninguém ver
(...)
A gente não se consegue convencer dum facto incontornável ao estatuto deste "Homem Velho"-
ResponderEliminarIlusoriamente julgamos ter chegado ao poder em rede com as novas tecnologias da informação. Na verdade, assistimos apenas a um fenómeno de transição desse Poder. Ele é o outro rosto da Fortuna e tal como esta, nunca desaparece: apenas muda de mãos. O meio tempo em julgamos te-lo, foi apenas o momento e meio de transporte das mãos de alguns, para as mãos de outros.
O Poder é sempre de Direita, hierárquico, castrador e coercivo. A escala de valores do "Homem Velho" assenta de forma natural nestes particulares e não existe de facto Poder de Esquerda. Como ultrapassar este estágio e entrar numa nova Era?
Como evitar o regresso novamente a uma época de repressão e caça às bruxas? Estas serão as armas dos novos donos do Poder. A rede informática global deverá sofrer o primeiro revés com a implementação generalizada dos conteúdos pagos, acessos limitados a perfis determinados, exclusão de tópicos e bloqueamento por sistema. A Era da comunicação em rede livre e aberta pode ter os dias contados. A concentração de Poder conduzirá de forma objectiva ao dominio de toda a informação. Como escapar então a este sistema opressor que tem na crise económica apenas uma das frentes de actuação?
Eles são extremamente pragmáticos, frios e eficazes, jogam com os nossos medos a seu favor. Quando alguns de nós falam ja em desespero que precisavam dum (atrasado mental) dum Salazar, eles, os promotores da crise, esfregam as mãos de contentes.
A única solução é o HOmem Novo, outros paradigmas, outros valores, um regresso ao caminho do Humanismo esclarecido, à pressecução da Utopia. Mas isso exigirá em primeiro lugar o desapego e o despojamento, e o HOmem velho, prefere ficar sem as coisas por imposição de outros, do que prescindir delas de livre vontade. O Homem Velho é esse ser que assume ser prisioneiro das coisas que guarda em vez de usar as coisas para se libertar da sua condição de ser escravo delas. O Homem Velho, ama o seu carro, porque ele é Seu em primeiro lugar e só depois porque cumpre o objectivo de aliviar o binómio tempo/distância. E para mante-lo trabalha desalmadamente, produz sem sentido para ter uma "vida melhor" quando na verdade apenas vive para dar uma vida melhor aos que o exploram desumanamente. Gente que dorme cinco horas, que passa três em transportes, que come em pé, que nunca vai ao cinema, nem a um festival, que trabalha sábados e domingos, não tem uma vida melhor, apenas tem a vida suficiente para se iludir e manter viva a chama. Então se vivemos para uma ilusão, porque não há-de essa ilusão ser a noss utupia?...
Poderiamos começar com o "Não pagamos!"
E atrás dé nós podem vir outros. A Islândia abriu o baile, Irlanda e Grécia e até Espanha podem seguir. E depois veremos o que acontece.
Veremos onde e porquê aparecem as contas do que devemos e porquê é que devemos, o que é que essas dívidas representam. Até que ponto soube bem a certas entidades que nós acumulassemos "dívida." Quando se paga a um país para não produzir, os pagadores tem interesses em que assim seja. Uma mera aritmética simples diz que não é possivel a um pais que nada produz trocar esse nada por bens. Então não nos deixam produzir e agora dizem que lhes devemos? O que queriam então? Que tivéssmos um arco-iris com uma ponta em Portugal e outra na Alemanha, e um pote cheio de ouro para lhes pagar as contas?
Eu assumo a desobediencia civil global; Nao pagamos. Pois se há dividas no valor destes montantes, vamos desmontar a contibilidade global e ver quem é que está a lucrar de forma agiota com esta situação. E tenho dito! E para que conste, sou pagador com as contas em dia.
E este texto está a fazer o quê, aqui, camarada, pá?
ResponderEliminarPost, já!
Pronto, segue já, linda menina....
ResponderEliminarE não deixa de ser curioso, até, o despudor e desvergonha com que muitos «manos» do círculo de interesses instalados já falam abertamente do estrangulamento propositado aos elos ditos mais fracos, como «lógica» inevitável e de seguir inexoravelmente - completamente nas tintas para a desgraceira social que promovem com tais atitudes... Apenas possível pela cúmplice cobertura a essas políticas por parte dos governantes eleitos pelos próprios desgraçados!
ResponderEliminarJá nada é, sequer, por debaixo do pano.
E uma arrochada, não?
Mas isso que dizes é tão evidente, OrCa. Só os cegos da terra não vêem!
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