abril 29, 2011

Conversa de Café sobre a Crise III: novos paradigmas, precisa-se do Homem Novo


...Homem velho, prefere ficar sem as coisas por imposição de outros, do que prescindir delas de livre vontade, por assumir que não precisa delas para ser feliz..


...A gente não se consegue convencer dum facto incontornável ao estatuto deste "Homem Velho"-
Ilusoriamente julgamos ter chegado ao poder em rede com as novas tecnologias da informação.
Na verdade, assistimos apenas a um fenómeno de transição desse Poder.
Ele é o outro rosto da Fortuna e tal como esta, nunca desaparece: apenas muda de mãos. O meio tempo em julgamos te-lo, foi apenas o momento e meio de transporte das mãos de alguns, para as mãos de outros.
O Poder é sempre de Direita, hierárquico, castrador e coercivo.
A escala de valores do "Homem Velho" assenta de forma natural nestes particulares e não existe de facto Poder de Esquerda.
Como ultrapassar este estágio e entrar numa nova Era?
Como evitar o regresso novamente a uma época de repressão e caça às bruxas?
Estas serão as armas dos novos donos do Poder.
A rede informática global, a Internet, deverá sofrer o primeiro revés com a implementação generalizada dos conteúdos pagos, acessos limitados a perfis determinados, exclusão de tópicos e bloqueamento por sistema. A Era da comunicação em rede livre e aberta pode ter os dias contados. A concentração de Poder conduzirá de forma objectiva ao domínio de toda a informação.
Como escapar então a este sistema opressor que tem na crise económica apenas uma das frentes de actuação?
Eles são extremamente pragmáticos, frios e eficazes, jogam com os nossos medos a seu favor. Quando alguns de nós falam já em desespero que precisavam dum (atrasado mental) dum Salazar, eles, os promotores da crise, esfregam as mãos de contentes.
A única solução é o Homem Novo, outros paradigmas, outros valores, um regresso ao caminho do Humanismo esclarecido, à prossecução da Utopia. Mas isso exigirá em primeiro lugar o desapego e o despojamento, e o Homem velho, prefere ficar sem as coisas por imposição de outros, do que prescindir delas de livre vontade, por assumir que não precisa delas para ser feliz. O Homem Velho é esse ser que assume ser prisioneiro das coisas que guarda em vez de usar as coisas para se libertar da sua condição de ser escravo delas.
O Homem Velho, ama o seu carro, porque ele é Seu em primeiro lugar e só depois porque cumpre o objectivo de aliviar o binómio tempo/distância. E para mantê-lo, manter o "nível de vida" trabalha desalmadamente, produz sem sentido para ter uma "vida melhor" quando na verdade apenas vive para dar uma vida melhor aos que o exploram desumanamente.
Gente que dorme cinco horas, que passa três quatro ou mais em transportes, que come em pé, que nunca vai ao cinema, nem a um festival, que trabalha sábados e domingos, não tem uma vida melhor; apenas tem a vida suficiente para se iludir e manter viva a chama.
Então se vivemos para uma ilusão, porque não há-de a ilusão ser a nossa Utopia?...

Poderíamos começar com o "Não pagamos!"
E atrás de nós podem vir outros. A Islândia abriu o baile, Irlanda e Grécia e até Espanha podem seguir. E depois veremos o que acontece.
Veremos onde e porquê aparecem as contas do que devemos e porquê é que devemos, o que é que essas dívidas representam. Até que ponto soube bem a certas entidades que nós acumulássemos "dívida."
Quando se paga a um país para não produzir, os pagadores tem interesses em que assim seja. Uma mera aritmética simples diz que não é possível a um País que nada produz trocar eternamente esse Nada por bens. Então não nos deixam produzir e agora dizem que lhes devemos? O que queriam então? Que tivéssemos um arco-íris com uma ponta em Portugal e outra na Alemanha, e um pote cheio de ouro para lhes pagar as contas?
Eu assumo a desobediência civil global; Não pagamos. Pois se há dívidas no valor destes montantes, vamos desmontar a contabilidade global e ver quem é que está a lucrar de forma agiota com esta situação. E tenho dito! E para que conste, sou pagador com as contas (por enquanto) em dia.

9 comentários:

  1. E como é que desmontas esses dados se é tudo tratado "por debaixo dos panos"?

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  2. Em primeiro lugar é preciso desmontar um pouco a noção "por debaixo dos panos".
    Em todas os assuntos "de Estado" há a necessidade de tratar das coisas delicadas com algum recato e responsabilidade e neste contexto insere-se o caso português actual. Temos em simultâneo às negociações com os vampiros do FMI, uma turba ululante que quer todos os pretextos para chegar ao poder, imdependentemente do eventual prejuízo que a confusão pode causar.
    E isto porque é sempre necessário haver uma cabeça num corpo megocial, e se o governo actual tem um lider, é ele que deve assumir essa posição até porque no meio tempo após a queda do governo, ninguém quis negociar com a troika, e se agora o pinóquio sócrates o está a fazer, não assiste qualquer legitimidade aos alto-falantes para esgrimirem seja o que for nesse campo.
    Por outro lado, seria de facto de bom tom a convocação de reuniões em off para dar conhecimento dos trabalhos em decurso, mas ja se sabe que com esta oposição o circo das feras daria cabo de "tudo?"....

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  3. Bem, folgo em saber que neste caso consigo ser mais radical que tu.

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  4. em questões de radicalismos, temos que convir às nuanças derivadas da semântica.
    O que se passa quanto a mim, é que estamos (tal como a anedota) metidos, num charco de merda até ao pescoço e só pedimos aos que entram para que o façam de forma a não levantarem ondas....

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  5. Uau! Sou mais radical que o Charlie! Yesssss!

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  6. Se a coisa avançar, eu prometo que sigo o exemplo da Pátria e o Totta que vá receber... a ele mesmo.

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  7. Olha outro mais radical que o Charlie :O)

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  8. PRONTO...OU MELHOR....prontes...
    Vou já por uma bombas....
    Não quero ficar no pelotão de trás dos camaradas radicais.

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  9. Se essa bomba for a Monica Bellucci, trá-la lá... lá-lá-lá...

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