abril 12, 2011

gente que interessa - uma crónica positiva

Estou farto de alguns gajos! Mas estou tão farto que o simples vislumbre das respectivas imagens ou a audição das respectivas vozes desperta em mim um sentimento tão intenso de rejeição… que nem sei se deva ou não começar a pensar em consultar um psiquiatra.

Daí que tenha decidido virar os sentidos para outros gajos, outro tipo de gajos. Gente que anda por aí, que se cruza comigo na rua, num café e, por vezes, até tem a amabilidade de um sorriso.

Gente dessa que não tem idade, sexo ou estatuto social determinado, pode ser qualquer coisa ou tudo, ao mesmo tempo, mas que transporta em si a dose exacta de Humanidade que a faz ser… gente!

O tal, o próximo, o outro, o irmão, o que vocês quiserem. Mas o ser vivente que, como disse, anda por aí, a dar graças ao mundo e à vida, fazendo coisas que têm o condão de espantar ou maravilhar, até, um tal, um próximo, um outro, um irmão.

Gente que gosta de si e que gosta da vida e que gosta do mundo e que, não sabendo fazer outra coisa, faz coisas que nos espantam ou, até, maravilham e fazem com que o nosso dia fique mais rico, mais feliz, mais pródigo, mais próspero.

Tenho visto gente dessa – felizmente para mim e para tantos – um pouco por toda a parte. Geralmente não pedem muito. Geralmente esperam tudo.

São esses que contam mais. São esses que nos dão lições acerca do que deve ser a vida. São esses que são.

Como mero exemplo do que fica dito, deixo-vos um vídeo que, porventura, a maioria já conhece. É para uma televisão, tem um habitual júri e todo o ambiente é, afinal, convencional. Mas vejam, até ao fim, que vale a pena:



E reflictamos um pouco: que imensíssima camada de sensibilidade teve de percorrer aquele ser para sentir a pulsão necessária que o impeliu à criação de uma tal coreografia e dar uma tal expressividade ao episódio da Morte do Cisne, de Tchaikovsy?

É apenas por isso que eu jamais perderei a esperança nas capacidades desta gente. A tal gente que interessa. O ser-se humano.

Nota - o seu nome John Lennon da Silva - nem de propósito...

16 comentários:

  1. Se encontrares um psiquiatra que cure os tais "maus sentimentos"...apita!
    No restante... sim. Há tanta gente, tanta, que vale a pena. Mas tanto, tanto! Há tanta beleza, mas tanta! Beleza até às lágrimas como nesta "Morte do Cisne" (sim, eu também chorei)... Há tanta beleza, tanta! Nas pessoas, nas plantas, no infinito equilíbrio da natureza... que custa mesmo muito ver que caminho tomamos. Que irracionalidade! Que absurdo! Tanta dor, tanto lixo, tantas dificulades! Para quê?? E para que tudo fosse melhor a solução seria tão simples, tão simples! Nem seriam precisas grandes teorias ou acções, nem muitas palavras... bastaria somente que cada pessoa, todas! fossem dotadas de um profundo sentido estético e ético. Se isso sucedesse o mundo rapidamente tornar-se-ia um paraíso.

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  2. Dito assim parece fácil... e deveria ser.

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  3. E é fácil! Difícil é acordar (ou nem sequer dormir) a pensar como sacar mais, para o que é absolutamente necessário lixar mais, eliminar mais, aldrabar mais... Isso, sim, deve causar um stress dos diabos. Daí que devamos estar a ser governados apenas por tontinhos, mas cabrões até à medula.

    Para animar a malta chamam-lhe «progresso» e tal justifica todo o «ter-de-ser» que nos impingem.

    O que vale, Libélula, é que tu e eu já somos dois; com o Paulo e a São, já somos quatro; aqui pelo Persuacção estou em crer que se arregimentam mais uns quantos... Vamos formar um inteiro?

    É que como estamos todos fartos dos partidos...

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  4. Apoiado! 100% apoiado!
    Quem sabe, todos juntos, não conseguimos causar "mossa"? :)
    (Eu já me candidatei, lá em baixo, noutro comentário, a arrancar-lhes as salsichas à dentada! a esses desmiolados!! que parece que nasceram só para (mil perdões) foder a cabeça a quem interessa!)

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  5. Espantosamente linda a dança deste jovem! Além de que ilustra muito bem este texto! Gostei de ambos!

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  6. O OrCa é um optimismo militante. Até quando vê um cisne a dar-lhe o badagaio.

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  7. O Orca é um homem que vive com Paixão, coisa que é a chama da vida.
    Mas o mundo é governado pelos que tem a paixão pela sua própria imagem. O mundo aos seus olhos, é uma criação da sua vontade, são deuses e mundo um local belo: o Eden forrado de dinheiro....

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  8. A maiór péna queu tenho ei cu dinhêro con queles forrom o Edein çeja o dinhêiro noço...

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  9. Tinhas que me passar a pena a mim?!

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  10. Eh, pá, isso nem é pena, é folhelho...

    E essa gajada é toda míope. Eles não governam, sequer. Eles mandam, com a força que o dinheiro lhes dá e porque há sempre «putas» dispostas a deixarem-se comprar. Chamam-lhes mercenários, ou afilhados; os cabeludos dos anos 60 chaamavam-lhes o «universal soldier»... e o pior desses todos é aquele que tem por arma a caneta ou, mais actualizadamente, uma qualquer tecnologia de comunicação à mão.

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  11. Já conhecia este vídeo, confesso, mas desgarrado de uma contextualização tão "orquiana" (acabei de inventar um adjectivo!) que só podia dar no que deu: um manifesto da esperança que todos (pelo menos por aqui) temos, mas que é bom relembrarmos de quando em vez (que isto está difícil). Quanto a mim, só faltou rotular aquela burra da jurada. Mas já está: BURRA!

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  12. Tu acabaste de interpretar «a morte da burra».

    ahahahahahah

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