abril 06, 2011

Morte aos Cabrai(õe)s que são falsos à Nação

Depois desta posta colocada lá mais atrás só me oferece dizer isto:

Amigos, como ele diz no início, só há duas formas de ocupar um país, uma pela via das armas, a outra pela via da dívida.
O truque, baixo e soez, consiste em ter os moços de recados nos sítios certos. Assim, os culpados de o senhor Hipers vender de preferência coisas importadas, levando a produção nacional ao estrangulamento e à falência, não é dele, é nossa. Esta semana, azeite feito de óleo de travões só por 0.90€ um garrafão de 10 litros, quem vende a merda mais barata? Ninguém, aqui no XXXXX é tudo mais barato!
Também é culpa dos pobres comerciantes que se endividam e arrendam as lojinhas nos Hipers que servem de balões de ensaio gratuitos para o senhor Hiper ver se os negócios, os nichos dessas pessoas, são rentáveis. Logo que sejam ele põe uma acção de despejo, ou simplesmente não renova o contrato e põe tudo na rua, ficando ele com o negócio que os outros abriram com o seu esforço e criatividade. Conheço pessoalmente uma dessas situações. Um negócio, muito popular que empregava 13 pessoas foi simplesmente fechado e tudo para o desemprego e agora o senhor Hiper vai abrir o mesmo negócio que eles tinham e que era um sucesso. Foram culpados de acreditar nele e nos seus pseudo-grupo-de-empresários.
Também somos culpados de comprar carros para nos deslocar, é até um crime, os moços de recados dizem-nos nas TV's que nos portamos mal ao comprar as coisas que esses mesmos moços de recados diziam para comprarmos tempos atrás. E nós acumulamos complexos de culpa, somos culpados da crise! Somos culpados de adquirir casa própria e de estarmos desempregados agora. Somos culpados pelo facto de termos recebido dinheiro da CEE para abater barcos de pesca e arrancar milhões de oliveiras e vinhas, privatizar indústrias-chave que depois os compradores esvaziaram e deslocalizaram e agora não temos nem dinheiro, nem bens para trocar com as coisas que importamos e ficamos devendo
E devemos, devemos e devemos, mas lembro-me de dizerem que não era grave, a coisa aguentava-se sem problemas, o crescimento, a OCDE, a macro economia, as derivadas em X a somar à cotangente numa batedeira, vai ao forno a 180ºC e depois desenforma-se e dá um crescimento de 2.4% e uma inflação abaixo da média europeia e no pelotão da frente...
Agora há moços que gritam pelo FMI, é o recado que lhe deram para ser gritado, são uns bonecos vendidos e nós?...Sentimo-nos culpados....e gente que sente a culpa não se revolta!
Xi, então não somos culpados? Bem dizem os opinion makers nas TV: Os Portugueses viviam muito acima das suas possibilidades e agora têm que pagar... e eu olho para a minha vida, e não vejo qual foi a parte onde me portei mal e gastei o que era do vizinho. Fui ao Banco e paguei o carro, fui ao Banco e paguei a casa, emprestar dinheiro era o negócio dos Bancos e se não comprássemos através deles os Bancos não seriam rentáveis, e os opinion makers fizeram-nos comprar recorrendo à Banca pois era saudável para a economia.
Mas depois vejo BPN que me gastaram e aos restantes Tugas 9.710.000.000€06, mas disso somos todos culpados, não é? E como somos uns malandros e culpados, o Estado (nós) aplacou a culpa metendo o nosso dinheiro lá, e continuámos culpados por causa do pontapé que isso deu no défice, se o Estado não metesse dinheiro, éramos culpados pelo descalabro financeiro. Somos sempre culpados... :(
No fundo, esses moços de recados o que querem agora (nem digo mais nada) a toda a força é que os seus Senhores, donos das suas almas, entrem com as armas e bagagens do FMI pois nós, já mansinhos e cheios de sentimentos de culpa, nem de chicote precisamos para que nos tirem a tanga e enfiem as suas medidas no pacote...

15 comentários:

  1. Nem direito teremos a vaselina...

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  2. Outra vez e sempre, na «mouche», caro Charlie.

    E tiraste-me as palavras da boca: eu tembém, para construir a minha casa, fui ao banco pedi uns troquitos que me faltavam e paguei... Oh, como eu paguei! Depois, quis comprar mota - que os transportes públicos são uma merda e uma merda cara que, para mais não me dão serventia -, fui ao banco, pedi mais um poucochito e paguei... Oh, como eu paguei! Depois, veio a idade e troquei a mota pelo carro, que o trânsito citadino está bera, fui ao banco, pedi mais uns trocos e paguei... Oh, como eu paguei!

    Também quando ouço alguma besta a dizer que eu vivo acima das minhas possibilidades, uma besta que provavelmente tem casa e carro e mota e a pata que o pôs, de borla - isto é, pagos por todos nós - fico com vontade de abraçar a luta armada e tratar do sarampo à besta. Nem que seja armada em parva, tipo Deolinda ou o diabo a sete!

    E, depois, os IRS e os IVA e a Segurança Social que não assegura que me segure quando eu precisar, e - e - e...

    Dos inúmeros mitos que estes filhos de uma cadela doente propalam, este é um dos que os tais moços de recados grunhem que mais me enfurece. Acima das minhas possibilidades? Não! Abaixo! Muito abaixo do que devia impor a dignidade mínima que o Estado devia assegurar a cada cidadão.

    Na doença; na segurança diária - há mais de dez anos que não vejo um polícia ou um carro polícia na minha rua, a não ser depois de alguma casa ter sido assaltada e, mesmo isso, com relutância; na qualidade dos transportes públicos; na transmissão de conhecimentos (também conhecido como ensino)...

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  3. Não tenho, entretanto, solução à vista para este beco para onde estamos a ser atirados. E não sou, na verdade e longe disso, dos mais desfavorecidos deste país.

    Mas, para além da minha cidadania activa diária, onde se vai fazendo alguma coisa, olho, com uma curiosidade quase mórbida, para esta triste pasmaceira em que... «se vai vivendo». Onde estão, afinal, aqueles «que não têm nada a perder»? E quando irão manifestar-se? E como?

    Ou tudo se derime já numas pedradas num jogo de futebol? Para o qual, aliás, vai havendo dinheiro...

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  4. Vamos nessa. Eu vou armada... aos cágados!

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  5. Amigos e companheiros, Mestre e Migão Orca, somos companheiros, palhaços na mesma banheira rota, e já que nos tiraram quase tudo que dinheiro valia, querem tirar-nos também o sorriso largo encimado pelo nariz de garrafão.
    De que vale a nossa revolta individualmente considerada se esta força imensa não for aglutinada num movimento colectivo?
    Para que o sorriso volte, e fazer pagar caro os que rindo-se à nossa conta nos chamam de culpados pelos crimes que eles, eles sim, cometeram.
    Já não posso com o Camilo Lourenço, que deve ser boa pessoa, dizer que os portugueses se portaram mal´e agora tem que pagar o pato!!!!
    Cada um fale por si, (se calhar até está a falar dele mesmo) e quando ele diz isso, que diga de quais é que ele está a falar, de mim não será de certeza, e não lhe admito acusações infundadas. O recado é para todos os outros moços de recados!

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  6. E eu, que tudo o que tenho teve (e tem) de ser com o pêlo do cão...

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  7. ... e da gata também, Sãozinha, que cá por casa ninguém se safou, ao longo dos anos.

    Pois é, Charlie, o colectivo faz uma falta do caraças. E andamos por cá muito mal de colectivos (até nos transportes...).

    Ainda que esta ameaça de aliança BE/PCP seja uma abordagem a seguir com curiosidade. Pelo menos, pelo contraditório.

    E, deixem-me que vos diga, ver mestre Aníbal a investir uma maioria BE/PCP num governo assim saído de eleições havia de ser coisa linda de se ver, olé se não era! Nem que fosse só pelo contraditório... ou para chatear, mesmo.

    Vou-me embora, que me está a atacar um riso convulsivo, que não sei se serão soluços...

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  8. Eu só me riria se fosse um governo BE/PCP/CDS.

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  9. E com o Sócrates... mas só o nariz dele!

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  10. Olá malta!
    Também podem contar comigo!
    Não sou uma especialista em armas, mas estou-lhes com uma fome, que era capaz de lhes arrancar as salsichas à dentada!
    Diz Nietzsche que "o que há de mais nobre no escravo é a revolta". Vejo nisto um aspecto negativo e outro positivo: por um lado a certeza da escravatura, por outro, a garantia que ainda me restam uns bons mililitros de sangue na guelra...

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  11. Junta-te a nós... desde que esse número de arrancar as salsichas à dentada seja só para malta do lado de lá da barricada :O)

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  12. Tu não tens nada a recear... :)
    E de resto, claro, armamento pesado, só em cima do inimigo!
    :)

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  13. Ouviste aí um suspiro de alívio do grelito da São Rosas?

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